Fábio Roberto Notícias // Ilhéus . Bahia

Depoimento estarrecedor sobre o Hospital Regional Costa do Cacau

Idosa precisa passar por cirurgia urgente.
Idosa precisa passar por cirurgia urgente.

Hospital Costa do Cacau: elefante branco? Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que mais age, do que lamenta. Mas, há momentos em que não lamentar se torna quase impossível. Há um ano e dois meses, dia 12 de abril de 2018, Marilene Lima Ferreira, minha mãe, foi atropelada por uma moto na BR 415, às margens do distrito do Salobrinho, Ilhéus, o que resultou na fratura da tíbia. As fotos mostram como está hoje a sua perna, com o osso exposto, sem possibilidade de cicatrização. A primeira cirurgia deixou-a com o pé equino, sem movimentos. Fato é que tenho enfrentado um verdadeiro suplício de lá pra cá, com idas semanais ao hospital Costa do Cacau, minha mãe já fez 7 procedimentos cirúrgicos e até o momento nada de melhoras, o osso permanece exposto, o risco de infecção iminente e, por fim, após todas as tentativas frustradas de colar o osso da tíbia e com um fixador há mais de 8 meses, o médico declara que só mesmo uma amputação resolveria o problema e a colocaria numa situação de reabilitação, pois, a perna não tem mais oxigenação e com a sua retirada também cessaria o risco de uma infecção generalizada. Tudo marcado há mais de dois meses, para o dia 19 de junho de 2019, minha mãe otimista, apesar de tudo, no desejo de recuperar sua vida e cotidiano. Pois bem, hoje após aguardamos mais de três horas, a coordenadora nos informou que a cirurgia não pode ser feita porque o hospital Costa do Cacau não mais dispõe de um cirurgião vascular, e desse modo, não pode realizar a cirurgia hoje, amanhã ou nunca. Pasma, diante da situação, perguntei ao médico e a coordenadora do hospital porque não nos avisaram antes: a resposta foi que o hospital caiu de grande para médio porte e que só se realiza esse tipo de cirurgia em hospitais de grande porte. Perguntei, perplexa: E agora?? Eis o que me respondeu o médico: retiramos o fixador e encaminharemos ela para o hospital Manoel Vitorino em Salvador. Um tanto aliviada, exclamei: – Então, quando iremos. Eis o que me respondeu o médico: – Essa previsão não temos, infelizmente, pediremos urgência, mas, pode ser uma semana, um mês ou um ano. Mais perplexa ainda, questionei – Mas, e o risco de infecção que o senhor tanto alertou?? Ele disse: – permanece, mas, lamento não ter o que fazer. Amenizaremos a dor da sua mãe, retirando o fixador e farei o possível para fazer correr o trâmite para que ela seja atendida. Percebi o constrangimento no rosto daquele médico, profissional que sempre a tratou com respeito, por isso preservo seu nome. Mas, o hospital e sua gestão, infelizmente, deixam muito a desejar: funcionários insatisfeitos e total falta de sintonia entre os os diversos setores fazem daquele lugar, frente a sua estrutura física ” um elefante branco’. Diante do exposto, eu Lilian Lima Pereira, professora da rede pública de Itabuna, bacharelanda em Direito, mestre em educação, escritora, entendi que no Brasil o que vale é Ter, Ser pouco importa. Minha mãe , por ser pobre e nossa família do mesmo modo, somos tratados com absoluta falta de respeito. Como se a vida humana nada valesse. Lamentável!

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